QUEEN - A NIGHT AT THE OPERA (1975)
Hoje o Vinho & Vitrola traz o clássico A Night At The Opera, lançado em dezembro de 1975, sendo esse o quarto álbum de estúdio do Queen.
A Night At The Opera possui uma sonoridade diferente dos discos anteriores, com a banda fazendo grande uso de instrumentos não explorados em seus trabalhos de outrora, como o piano.
O Queen adquiriu fama com Sheer Heart Attack (1974), o antecessor, e essa recepção positiva foi o grande extensor para que o quarteto investisse pesado em composições elaboradas para o próximo e, após a assinatura de contrato com a EMI, as gravações começaram imediatamente.
Os integrantes estavam enfurnados em suas composições pessoais e, até mesmo por conta disso, cada um passou a registrar suas partes em estúdio de forma separada, para que os outros pudessem tranquilamente trabalhar em suas pérolas. A Night At The Opera era o disco de rock mais caro até aquele momento.
Não havia o nome do trabalho depois de tanta correria. O nome apareceu logo depois de todos concordarem com a influência operística que a banda estava tendo. "Gravar A Night... foi um experiência gratificante. Pela primeira vez pudemos usar toda a nossa criatividade e deixar nossa loucura fluir (...)", disse Freddie Mercury, em entrevista para a Rolling Stone em 1975.
De fato, essa "loucura" rendeu grandes canções que se tornaram indispensáveis no repertório e até hoje são tocadas com exaustão em rádios e em tributos, caso de Bohemian Rhapsody, Love of my Life e You're My Best Friend.
Icônico marco da década de 70, o álbum atingiu a primeira posição nas paradas da Austrália, Inglaterra e Nova Zelândia quando de seu lançamento. Roy Thomas Baker ficou a cargo da produção e a direção de arte com David Costa. O Queen, a partir da metade daquela década, jamais seria o mesmo.
FIREHOUSE - 3 (1995)
Há 25 anos, em meio a popularidade do Grunge ceifando carreiras de bandas de Hair Metal que não conseguiam se adaptar à nova realidade, estava os americanos do Firehouse lançando o seu terceiro álbum de estúdio, chamado simplesmente de "3". O Firehouse, do vocalista CJ Snare, adentrou 1994 com contrato com uma grande gravadora, o selo Epic. Enquanto isso, vários grupos que se alimentaram de uma boa popularidade na década de 80 com o Hard Rock atravessavam aqueles anos de maneira independente, com orçamentos baixos e sem perspectiva de futuro.
Lançado em abril de 1995, "3" ainda acabou mantendo boa parte de repertório Hard/Hair dos dois discos anteriores, mas Trying To Make A Living e Love Is A Dangerous Thing, além da linda Here For You, são Pop Rock do jeito que o script mandava. Explico. Muitas bandas tentaram copiar o som de Seattle e se deram mal, mas o Firehouse, com a ajuda do produtor Ron Nevison, foram adiante com visão e estratégia de mercado. Fato esse é que I Live My Life For You "salvou" a posição de número 66 do disco, e o single abraçou a 26°. No Brasil, o single de maior sucesso do álbum entrou para a trilha da novela "A Próxima Vítima", da Rede Globo. Inclusive, aqui no Brasil, a banda contou com uma breve passagem, sem shows, e divulgou o disco em programas de TV, entre eles Programa Livre e Xuxa Park.
JUDAS PRIEST - SIN AFTER SIN (1977)
Clássico do Judas Priest, Sin After Sin, o terceiro álbum de estúdio da banda, completa 43 anos hoje.
Após a quebra de contrato com a Gull Records, a banda assinou com a Columbia Records, que lançou Sin After Sin, com produção do então ex-Deep Purple Roger Glover. O próprio Glover bateu o pé e convenceu os rapazes a gravarem Diamonds and Rust, de Joan Baez, ao invés de Race With the Devil, do The Gun, já no roteiro de estúdio.O resultado: a banda apareceu pela primeira vez nas paradas inglesas e encabeçou, além de Diamonds and Rust, outras memoráveis canções como Sinner, Dissident Agressor e Starbreaker. Na época, Sin After Sin indicou o caminho que o Judas Priest seguiria em termos de som, enquanto o anterior, Sad Wings of Destiny (1976), plantava a semente na estrada.
O álbum contou com os serviços do baterista Simon Phillips, de apenas 19 anos de idade. Somente a partir do próximo disco a banda conseguiu manter um baterista na banda por mais de um álbum.
Diga-se de passagem, Sin After Sin é um clássico da música pesada, com suas nuances e os vocais de Rob Halford brilhando em toda a bolacha, dando respaldo à riffs certeiros que derrubariam reboco de parede. Chegou a disco de ouro nos Estados Unidos, e entrou para a história como um trabalho fundamental para entender o Heavy Metal e seu desenvolvimento.
CROSBY, STILLS, NASH & YOUNG - 4 WAY STREET (1971)
No dia 7 de abril de 1971, chegava o terceiro trabalho do Crosby, Stills & Nash, e o segundo com Neil Young acompanhando o trio, tendo o nome expandido para Crosby, Stills, Nash & Young.
O álbum, ao vivo, tinha as quatro cordas tocadas por Calvin 'Fuzzy' Samuels e as baquetas de Johnny Barbata. O LP, duplo, foi dividido pelo CSN&Y em duas partes, acústico e elétrico, dando algo completamente novo aos fãs que esperavam uma miscelânea de canções.
Cada lado ficou com um integrante, exibindo suas peripécias em tocantes canções de um harmonioso quarteto que enlouqueceria Keith Emerson, influenciando o mesmo a fazer igual em Works Vol. 1 anos depois com o ELP. "Cowgirl in the Sand", "Teach Your Children, "Triad", "Right Between the Eyes" e "Chicago", apenas para citar algumas das belezas musicais presentes, soam melhores ao vivo do que em estúdio.
Apesar de tudo, as brigas e discussões esquentavam os bastidores durante os shows, resultando no fim precoce do CSN&Y depois do lançamento de 4 Way Street.
O disco foi número 1 instantaneamente, arrancando também críticas positivas da imprensa.
SAVATAGE - EDGE OF THORNS (1993)
2 de abril de 1993. Zachary Stevens estava no lugar de Jon Oliva como vocalista do Savatage. O guitarrista Criss Oliva morreria seis meses depois. Edge of Thorns, sétimo disco da banda, era lançado.
Era necessário uma nova voz para o Savatage. Foi aí que entrou em cena Zachary Stevens, dono de uma voz forte e potente, a qual impressionou de cara os irmãos Oliva, além do produtor Paul O'Neil. Com o posto preenchido, Jon Oliva ainda passou a atuar nos teclados para ajudar seus companheiros.
O disco não só chama atenção pela sua sonoridade, mais acessível, mas por ainda continuar com a garra e a energia dos trabalhos anteriores. A performance de Criss Oliva nas seis cordas também é digno de nota. Uma atuação impecável, com riffs, bases e solos de cair o queixo.
A capa, trabalho de Gary Smith (responsável por outras capas da banda), é uma pintura da esposa de Criss, Dawn Oliva. Todas as canções foram escritas por Criss e Jon Oliva e as composição tiveram as mãos de Paul O'Neil.
01. Edge of Thorns
02. He Carves His Stones
03. Lights Out
04. Skraggy s Tomb
05. Labyrinths
06. Follow Me
07. Exit Music
08. Degrees of Sanity
09. Conversations Piece
10. All That I Bleed
11. Damien
12. Miles Away
13. Sleep
Iron Maiden - Killers (1981)
Se o antecessor de Killers, o homônimo Iron Maiden recebeu boa aceitação de crítica e público, apesar dos integrantes reclamarem até hoje da produção de Will Malone, no seu sucessor a coisa dobra e sobe um ou vários degraus, inclusive no que diz respeito à marca registrada do Iron Maiden, as belas e inesquecíveis "guitarras gêmeas", o topo do céu era questão de pouco tempo para os ingleses.
Último com com Paul Di'Anno nos vocais e primeiro com Adrian Smith na guitarra, a New Wave of British Heavy Metal queimava em águas rasas no início dos anos oitenta, reinando em primeiro plano e limando boa parte do que foi o Punk puro do final dos 70's. A produção coube ao excelente Martin Birch, que encontrou a sonoridade e a direção da banda, captando no ar o que disse o chefe Steve Harris (baixo). Ainda que se diga, de passagem, uma ótima fase do Iron Maiden, Paul Di'Anno viria a ser despedido no término da Killer World Tour por problemas com álcool e cocaína. Mas o registro que ficou se tornou clássico.
Killers é o único álbum do grupo a ter duas músicas instrumentais, sendo elas a que abre o disco, The Ides of March, e a sexta faixa do LP, intitulada Genghis Khan, essa última com um feeling que sobe aos nervos. Clássicos como Wrathchild (escrita e incluída na coletânea Metal for Muthas de 1979) e Murders in the Rue Morgue aparecem aqui como as primeiras a serem ouvidas, com letras de Steve Harris, sendo ele próprio, de fato, o letrista de todo o álbum, tendo como créditos adicionais somente na faixa Killers. A versão em CD do disco de 1998 traz o bônus Twilight Zone, escrita junto com seu companheiro Dave Murray (guitarra). Em relação à capa, Derek Riggs desenvolveu um Eddie bem diferente e mais Heavy Metal do que aquele de cabelo espetado que se encontra no primeiro álbum. Eddie segura um pequeno machado pingando gotas de sangue, enquanto duas mãos provavelmente pedem clemência para sobreviverem, em uma perfeita alusão que faz jus ao título do trabalho.
A boa fase tinha apenas começado para logo acabar e chegar à uma melhor, com o marcante Bruce Dickinson (ex-Samson) no lugar de Paul, com o clássico The Number of The Beast, de 1972
01. The Ides of March
02. Wrathchild
03. Murders in the Rue Morgue
04. Another Life
05. Genghis Khan
06. Innocent Exile
07. Killers
08. Prodigal Son
09. Purgatory
10. Drifter
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Cinderella - Long Cold Winter (1988)
Os americanos do Cinderella vinham com um debut na bagagem, o ótimo Night Songs, lançado e 1986, onde captava uma banda como muitas que assolavam a América e o Reino Unido com seu Glam Rock/Metal ou, por que não, Hair Metal. Pois bem, Tom Keifer e compania decidiram em conjunto por uma direção mais baseada no Rock 'N Roll setentista de bandas como Deep Purple, Bad Company, Aerosmith, etc. Nessa linha, o segundo álbum, Long Cold Winter, já sofre um baita mudança em sua sonoridade, basta conferir uns "tapas na orelha" como a faixa que abre o trabalho, Bad Seamstress Blues/Fallin' Apart At The Seams e a clássica faixa-título Long Cold Winter para não ter mais dúvidas.
O Bluesão firme e potente apresentado aqui não deixa dúvidas que a veia dessa banda de "Glam Rock" dos EUA é, certamente, os anos 70 (Basta conferir o álbum solo do vocalista e guitarrista Tom Keifer, The Way Life Goes, de 2013, para ter plena certeza de onde vem toda a aura). O disco alcançou a posição de número 10 nos Estados Unidos ainda naquele ano de 1988 e, porteriormente, conseguindo um respeitoso e digno disco triplo de Platina. Nada mal, aliás, em minha humilde opinião, o Cinderella, assim como o King Kobra (primeiro trabalho, Ready To Strike, de1985), são bandas que conseguem se afastar de grupos como Poison, por exemplo, com uma qualidade absurda mesmo em tempo de sintetizadores.
Lançado pela Mercury (EUA) e Vertigo (Europa), ainda contou com quatro singles extraídos do disco - Don't Know What You Got (Till It's Gone), The Last Mile, Coming Home e Gypsy Road -, fechando com um belo chute na porta os anos 80 para o Cinderella que, infelizmente, não aproveitou do mesmo sucesso nos 90's devido ao crescimento do Grunge no cenário, enterrando boa parte de bandas Glam no passado, que não conseguiram aderir ao movimento. E não se esqueça de se emocionar com a própria Coming Home (Aquele tipo de sucesso garantido entre as garotas, e esses americanos faziam isso muito bem). Todas as faixas foram compostas por Tom Keifer, exceto If You Don't Like It, uma parceria com o baixista Eric Brittingham. Ouça bem alto e com uma garota Hard Rocker do seu lado e facilmente ficará tudo marcado mesmo 27 anos após o lançamento do petardo.
01. Bad Seamstress Blues/ Fallin' Apart At The Seams
02. Gypsy Road
03. Don't Know What You Got (Till It's Gone)
04. The Last Mile
05. Second Wind
06. Long Cold Winter
07. If You Don't Like It
08. Coming Home
09. Fire And Ice
10. Take Me Back
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The Nice - The Thoughts of Emerlist Davjack (1967)
1967 foi um ano importante e ao mesmo tempo marcado por “esquisitices”
mutantes dentro da música pop. Tudo o que emergia na cena passava por retoques
de estúdio e cada vez mais o virtuosismo chegava para marcar a época da música
Psicodélica e os primeiros passos do Progressivo. Assim aconteceu com os
ingleses do The Nice, banda formada apenas com o intuito de servir de apoio
para a cantora de Soul P.P. Arnold. Engraçado que a banda passou a chamar mais
atenção depois de algumas apresentações, culminando na decisão coletiva de
entrarem em estúdio para registrarem material próprio com o crescente movimento
Psicodélico que mostrava grandes forças naquele ano, mas o plano não ficou só
nisso, e então todos aqueles elementos ambiciosos musicais se cravaram neste
lindo trabalho, que por muitos é considerado como o primeiro disco de Rock
Progressivo da história, ganhando em bate-papos até mesmo do poderoso In Court
of the Crimson King, da banda King Crimson, de outro ambicioso da área, o
guitarrista Robert Fripp.
Keith Emerson (órgão e piano), Lee Jackson (baixo e vocais), David
O’List (guitarra e vocais) e Brian Davidson – este que por sua vez, naquele
momento, havia substituído o baterista Ian Haghe – (bateria), com apenas dois
meses de formação do grupo, começaram o trabalho no Olympic Studios pelo selo
Immediate. Não dá para negar que quase todo o brilho desse debut se deve ao
talento indiscutível de Keith Emerson, com o teclado se tornando, muitas vezes,
o personagem principal do disco, com suas visíveis influências de gente do jazz
do porte de Dave Kubrick e Carl Philipp Emanuel Bach, vide todo o charme da
maravilhosa faixa-título e da instrumental Rondo,
esta última com seus 8 minutos de duração, e que também seria tocada nas
apresentações do início do Emerson, Lake & Palmer, mas aí já é outra
história...
Toda a aura progressiva que cresceria no início dos anos 70 estão
divididas em partes em The Thoughts of Emerlist DavJack de uma maneira única de
distribuição entre teclados, guitarras e um baixo galopante de cortesía de Lee
Jackson. E ainda temos aqui o lamento sem igual de The Cry of Eugene e do
poderio clássico e avassalador de America (talvez toda essa veia musical de
Keith Emerson tenha gerado um leque de seguidores, transformando de modo
significativo tudo o que seria feito à partir daquele ano de 1967 na música
clássica e progressiva). As guitarras cortantes de David O’List já se
mostravam, dois anos antes de toda uma revolução no cenário, uma verdadeira
oferta de peso em 6 cordas. Me lembra bastante o que o King Crimson fez em
estúdio com seu álbum de estreia que, quando apreciado, as paredes parecem
mover de lugar com grandes camadas sonoras de ilusão (mas não... não há nada de
ilusão alí), quando na verdade o The Nice já experimentava uma crueza sem igual
nesse debut.
O nome do álbum parece vir de qualquer livro grego do século XVIII, mas
é só prestar atenção, são apenas o nome dos integrantes misturados, dando um ar
misterioso ao trabalho. O primeiro álbum do The Nice não pode passar batido,
ainda mais quando se procura saber as origens do Rock Progressivo. O disco está
entre os “50 Albums The Built Prog Rock”, pela Classic Rock Magazine.
01.
Flower King of Flies
02.
The Thoughts of Emerlist Davjack
03.
Bonnie K
04.
Rondo
05.
War and Peace
06.
Tantalising Maggie
07.
Dawn
08.
The Cry of Eugene
09.
Azrial (Angel of Death)
10.
America
11.
The
Diamond Hard Blue Apples of the Moon
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Johnny Winter - Second Winter (1969)
Second Winter é o terceiro álbum de estúdio do monstro-branco do Blues texano. Uma voracidade blueseira que ultrapassa limites. Uma verdadeira aula de boa música conduzida pelo eterno Johnny Winter e sua banda de apoio, que contava com seu irmão Edgar Winter participando com teclados e saxofones, além de Uncle John Turner (percussões), Tommy Shannon (baixo) e Dennis Collins (bateria). Esses dois últimos músicos nos trazem cozinhas de dar gosto, tudo o que o Blues precisa para a destruição sonora do albino Winter.
Quase todo formado de interpretações frenéticas do guitarrista, contamos com aulas como a faixa que abre o LP, Memory Pain, original de Percy Mayfield, Johnny B. Goode, de Chuck Berry e Highway 61 Revisited, de Bob Dylan. Neste disco, temos a composição própria I'm Not Sure, investindo em percussões e teclados abundantes percorrendo por todos os cantos, e o Song-Salão de sete minutos Fast Life Rider, em um momento épico contorcendo em um ritual mágico de sons enérgicos emitidos de uma poderosa guitarra com a qual só um gênio pode conduzir de modo massacrante.
Na reedição de 2004, o álbum chegou com duas faixas inéditas, inacabadas no estúdio e mesmo assim lançadas como Bônus, falo de Early in The Morning e Tell The Truth.
1969 foi o ano de três maravilhosos discos lançados pelo Texano, The Progressive Blues Experiment e Johnny Winter, mas esse álbum de que falo, na minha opinião, figura como o melhor desse ano de muitos acontecimentos, incluindo a participação de Johnny no festival Woodstock.
Os vibratos e bends na medida exata são executados na melhor forma "live studio" do que se pode imaginar. Seu irmão, como sempre, um multi-instrumentista de respeito, faz um belo trabalho de saxofone em versões de Miss Ann (Enotris Johnson, Little Richard) e I Love Everybody (Johnny Winter), e essa última em um entrosamento perfeito de Tommy Shannon e Dennis Collins. O Blues atingia um nível surpreendente com Second Winter, um álbum digno de boa audição em volume alto e na vitrola. Esqueça da vida, esqueça os problemas, esqueça o que tem de fazer no dia seguinte, apenas distribua seu clímax relaxante com uma boa taça de vinho e escute até o fim sem se arrepender. Apenas sinta a boa música correr em suas veias, vá de Second Winter.
01. Memory Pain - Percy Mayfield
02. I'm Not Sure - Johnny Winter
03. The Good Love - Dennis Collins
04. Slippin' and Slidin' - Eddie Bocage, Albert Collins, Little Richard, James Smith
05. Miss Ann - Enotris Johnson, Little Richard
06. Johnny B. Goode - Chuck Berry
07. Highway 61 Revisited - Bob Dylan
08. I Love Everybody - Johnny Winter
09. Hustled Down in Texas - Johnny Winter
10. I Hate Everybody - Johnny Winter
11. Fast Life Rider - Johnny Winter
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Bad Company - Bad Co. (1974)
Ou você olha e, pelo menos pensa em comprar, ou compra de uma vez. Interessante como tem tanta coisa boa no mundo do Rock N' Roll que ficamos, por vezes, alucinados e na dúvida do que pegar para ouvir, para quem ama o estilo de verdade. Era como uma bomba que o Bad Company chegava com seu Hard Rock arrasa-quarteirão, tendo uma fusão de músicos espetaculares, formando então a "super banda". Paul Rodgers (vocais) e Simon Kirke (bateria) vinham do Free, enquanto Mick Ralphs dava adeus ao Mott The Hoople por divergências musicais para tocar as seis cordas no novo grupo e Boz Burrel passou um tempo no King Crimson.
Foi assim, acompanhados do engenheiro de som Ron Nevison naquele final de ano de 1973, entraram em estúdio para deixar para a história seu primeiro trabalho auto-intitulado. O disco trás os singles CAN'T GET ENOUGH e MOVIN' ON, número 5 e 19, respectivamente. Era uma grande raridade naqueles tempos uma bateria tão "ao comando" do disco. Basta ouvir outros discos da mesma época e notar as baterias. A produção de um disco é tudo. ROCK STEADY é um sutil mas nada doce de um Hard Rock que se encaixou perfeitamente ao estilo de voz de Rodgers... sim, aquele mesmo, que sabia (sabe) unir sentimentos envoltos de auras gigantes de Blues e Soul. READY FOR LOVE, na verdade, uma composição de Mick Ralphs, já fora gravada pela sua estadia no Mott The Hoople e também aparece no disco All The Young Dudes (1972), mas aqui recebendo uma versão mais cascuda, digamos assim. BAD COMPANY é um dos destaques, uma sombria forma de arte e uma forma incomum de dar seu parecer perante o novo grupo que estava emergindo. THE WAY I CHOOSE, como diria meu amigo Reinald Rodgers, é para ouvir amando, apesar de não ter nada a ver com amor. SEAGULL, aquele folk empírico, termina o disco de forma a dar uma acalmada na enxurrada de Blues & Rock no melhor estilo swingado a la Rolling Stones. Vale lembrar, também, do agrado aos ouvidos, chamada de DON'T LET ME DOWN, uma composição de Ralphs e Rodgers. Os dois assinam essa última e SEAGULL. Realmente, merecia o mérito de super-banda, já que os anos 70 chegava à sua metade, e algo realmente matador poderia acontecer à qualquer momento. Até hoje, o álbum mantém a posição 46 dos discos mais vendidos dos 70's.
01. Can't Get Enough
02. Rock Steady
03. Ready For Love
04. Don't Let Me Down
05. Bad Company
06. The Way I Choose
07. Movin' On
08. Seagull
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Emerson, Lake & Palmer - Trilogy (1972)
Um trabalho que, certamente, atrai até mesmo quem não ouve muito Rock Progressivo. Trilogy é o terceiro trabalho de estúdio dos ingleses do Emerson, Lake & Palmer. Um álbum que é apontado por muitos fãs como o melhor da discografia. O baixista/violonista/guitarrista/vocalista Greg Lake também disse em certa ocasião que essa é sua gravação preferida.
Trilogy alcançou o número 5 da Billboard 200 e a 2° posição no UK Album Charts.
O ELP era uma banda que, na época, batia de frente com nomes como Yes e Pink Floyd, mas com muitas diferenças. O grupo foi o primeiro a abusar incansavelmente de teclados e de solos dos mesmos por minutos viajantes, além da veia clássica presente em todos os trabalhos (claro, cortesia de bandas progressivas). A capa é um trabalho da Hipnosis, e no livreto interno encontramos os integrantes em Epping Forest, no sul de Londres, posando para a foto, mas com uma ilusão à parte, pois o trio aparece diversas vezes no mesmo cenário e com poses diferentes, perto e longe da câmera. Abrindo com o suspense de The Endless Enigma (part one), caimos de cabeça na viagem para a seguinte "pausa" com The Fugue, em um lindo trabalho nostálgico de piano de Keith Emerson, para abrir caminho para a segunda parte (e mais linda ainda) de The Endless Enigma (part two). From the Beginning vem em seguida e a magia folk toma conta, onde podemos lembrar de The Lucky Man, do primeiro álbum, de 1970. The Sheriff é aquela que qualquer um pararia para ouvir mesmo não entendendo nada, de tanta beleza instrumental e talento do trio inglês. Hoedown já vinha sendo executada nos shows da banda em ocasiões anteriores, e aqui aparece em grande estilo, uma pedrada sonora que torna o teclado de Keith o protagonista de toda a canção. Vale lembrar que na remasterização do LP uma versão ao vivo de 1973 de Hoedown foi incluída também, além da própria versão de estúdio. Trilogy, Living Sin e Abbadon's Bolero mostram a veia progressiva do trabalho.
Carl Palmer chegou a dizer, certa vez, que Trilogy foi o disco que mais recebeu overdubs em estúdio do que quaquer outro trabalho do ELP, uma explicação para a beleza musical apresentada... o que não importa, pois ao vivo o trio emanava uma força surpreendente que qualquer gravação poderia resultar em um "live". Greg Lake olha para o passado com carinho e lembra do trabalho insano no Advision Studio, em Londres, com o engenheiro de som Eddie Offord. Lançado em 6 de Julho de 1972, qualquer amante da clássica sonoridade dos anos 70 poderia começar a se apaixonar por Rock Progressivo com Trilogy.
01. The Endless Enigma (part one)
02. Fugue
03. The Endless Enigma (part two)
04. From The Beginning
05. The Sheriff
06. Hoedown
07. Trilogy
08. Living Sin
09. Abbadon's Bolero
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Neil Young - Harvest (1972)
É visível a dificuldade de um trabalho de Neil Young estar presente em seleções Rock N' Roll de algum churrasco qualquer, ou até mesmo de repertórios de bandas por aí, exceto no caso de Keep On Rockin' In The Free World, que é até bem coverizada. É difícil também entender a dificuldade da procura pelo conhecimento desse artista no leque de opções das pessoas. Neil Young teve seus altos e baixos e, como estamos na sessão "Álbuns Essenciais", o Vinho e Vitrola trouxe o disco Harvest, lançado em 14 de Fevereiro de 1972.
Na época, em final de 71, Neil sofria de dores terríveis nas costas, impedindo-o de empunhar uma guitarra, o que rendeu para suas composições um lado mais folk e intimista. Acompanhado da banda Stray Gators, o canadense Neil Young acabou por gravar o melhor trabalho de sua carreira, ficando como o mais vendido dos Estados Unidos daquele ano e tendo como cheque-mate as canções Old Man (posição 31) e Heart of Gold (posição 1).
Harvest ainda contou com celebridades de nome forte do mundo da música, como seus ex-companheiros de CSNY Graham Nash, Stephen Stills, David Crosby e Linda Ronstadt com James Taylor. Faixas como Heart of Gold, Old Man, A Man Needs A Maid, Out of the Weekend e Alabama são de uma beleza estonteante, como poucos faziam ou tentaram fazer. Os anos setenta do "sucessor de Bob Dylan" foi uma tempestade de tremores e uma avalanche de sucesso ao mesmo tempo pois, logo após o lançamento, o guitarrista da Crazy Horse (eterna banda de apoio do velho Neil), morreu de overdose de heroína, deixando para Young uma depressão que durou até meados de 1975, mas isso já é outra história...
Apesar de todo o sucesso de Harvest e todo o respeito ganho com isso, Neil Young tirou do repertório por um bom tempo a melhor faixa do disco, Heart of Gold, justamente por ela ter ficado em número 1 na Billboard por cerca de duas semanas. Cada um com seu modo de pensar e com sua opinião, o canadense afirmou que "eu estava prevendo que a estrada da fama ficaria uma tremenda chatice com apenas Heart of Gold... então peguei um desvio". A canção foi executada novamente somente no Live Aid, de 1985. Harvest fica como o número 1 de Neil.
01. Out of The Weekend
02. Harvest
03. A Man Needs A Maid
04. Heart of Gold
05. Are You Ready for the Country?
06. Old Man
07. There's A World
08. Alabama
09. The Needle and the Damage Done
10. Words (Between The Lines of Age)
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Whitesnake - Live... In the Heart of the City (1980)
A fase de mais emoção e comprometimento musical, na opinião de muita gente, é o início da banda de Mr. Coverdale, onde tudo era mais calcado no Blues e no Rock N' Roll. Com os discos Trouble (1978), Lovehunter (1979) e Ready An' Willing (1980) na bagagem, o disco ao vivo foi inevitável. Muitas Tours e muito gás, a bolacha dupla contém gravações de 1978 e 1980, deixando para o público um trabalho energético do início ao fim com punhados de renome das apresentações do Whitesnake dos primórdios. A gravação de 1978 foi realizada no Hammersmith em 23 de Novembro daquele ano, tendo como pérolas captadas ao vivo os sons do Deep Purple MIGHT JUST TAKE YOUR LIFE (apesar de que, na minha opinião, ninguém supera a versão original) e MISTREATED, as próprias da banda COME ON, LIE DOWN e TROUBLE, além do cover de sucesso AIN'T NO LOVE IN THE HEART OF THE CITY, do cantor Bobby Bland, todas saindo no disco 2. Para deixar o papo mais acirrado e direto, as gravações do disco 1 estará disponível mais abaixo para visualização em ordem correta.
O timaço que constituía o Whitesnake e que gravou Live... In the Heart of the City era nada mais, nada menos do que o gabarito de David Coverdale (vocais), Bernie Marsden e Micky Moody (guitarras), Neil Murray (baixo), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria). O baterista David Dowle tocou em todas as faixas de 1978, mas não foi creditado. Até hoje uma incógnita.
Nada mais bombástico e ideal do que começar bem com COME ON (versão de 23 de Junho de 1980) e abalar os pilares. SWEET TALKER dá uma acalmada mas ainda mantém o show em vigor. Uma das melhores, WALKING IN THE SHADOW OF THE BLUES, vem em seguida e LOVEHUNTER dá um show em 10 minutos de duração, com direito aos solos de Micky Moody e Bernie Marsden. FOOL FOR YOUR LOVING é um caso à parte... foi lançada no álbum Slip of the Tongue em 1989, mas os ingleses do Whitesnake já tocavam ela desde o início da carreira, também com uma versão que consta em Ready An' Willing, de 1980, colocando em discussão qual a melhor das versões, e eu fico com a de 1980, já que tem um feeling bem maior e um trabalho fantástico de Neil Murray no baixo, fazendo escalas e mais escalas durante toda a música. AIN'T GONNA CRY NO MORE, READY AN' WILLING e TAKE ME WITH YOU encerram o disco 1, e todas as outras citadas acima, gravadas em 78, vem no disco 2.
A produção ficou à cargo do grande Martin Birtch, e foi lançado em 1 de Novembro daquele clássico ano de 1980. Em 2007, Live... ganhou uma remasterização em CD duplo com toda a ordem correta do repertório, já que na versão original de Vinil para CD único a faixa COME ON que abre o disco 2 foi retirada. Live... In The Heart of the City fica entre os melhores e cai na aba "Álbuns Essenciais" para mostrar o lado da Cobra Branca de melhor fase musical e musicalidade de ponta com músicos de renome.
Detalhe: Os lados 3 e 4, do Live At Hammersmith, foram lançados apenas no Japão e, logo em seguida, os discos 1 e 2 com 3 e 4 foram unificados e lançados por inteiro.
Volto a repetir, que trabalho fantástico de Neil Murray...
Disco 1 (1980)
01. Come On
02. Sweet Talker
03. Walking In The Shadow Of The Blues
04. Love Hunter
05. Fool For Your Loving
06. Ain't Gonna Cry No More
07. Ready An' Willing
08 Take Me With You
Disco 2 (1978)
01. Come On
02. Might Just Take Your Life
03. Lie Down
04. Ain't No Love In The Heart Of The City
05. Trouble
06. Mistreated
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